Mostrando postagens com marcador Contos e parábolas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Contos e parábolas. Mostrar todas as postagens

domingo, 17 de janeiro de 2016

7 passos para a mudança interior e comportamental

Na atual Era do Conhecimento e da Informação do qual estamos vivendo, as palavras de ordem envolvem “mudanças constantes”, onde esta é uma das nossas certezas.  Em outras palavras, a identificação e a atitude frente à necessidade reconhecida de mudarmos ou buscarmos determinadas habilidades ou competência são fundamentais.

Uma dessas habilidades e competências envolve promover mudanças internas significativas, como por exemplo, às relacionadas aos seus paradigmas e crenças.

Por trás dos comportamentos e hábitos estão suas crenças e paradigmas. Assim sendo, você pode estar repetindo comportamentos improdutivos e nem perceber o quanto isso está impactando seus resultados, seja no campo pessoal ou profissional. A questão que surge então é: como aumentar a consciência dessa necessidade de mudar os seus paradigmas?

Daniel Goleman, por meio das práticas de desenvolvimento da inteligência emocional (IE), lança luz à questão. De forma complementar, o Coaching também possui técnicas e metodologias de mudanças comportamentais extremamente úteis, das quais envolvem 7 passos:

1 Identificação: definição de quais (ou qual) competências são necessárias para atingir determinado objetivo ou meta ou quais comportamentos estão te prejudicando de alguma forma.

2 Entendimento: aqui envolve o grau de motivação para desenvolver e praticar a competência desejada em detrimento do comportamento indesejado. Uma das perguntas que podem ser feitas é: “o quanto essa competência é importante para mim e qual é o meu nível de motivação para persegui-la?”

3 Assessment: envolve uma autoanálise, podendo ser informal ou formal. Este último é um conjunto de perguntas estruturadas por um profissional (ex: coaching) que permite saber o “grau que você tem, atualmente, de determinada competência”. Em outras palavras, “mede a distância entre a sua competência atual e a desejada”. Há livros e palestras que promovem esse tipo de abordagem.

4 Aquisição: nesta etapa espera-se que já tenha definido “o que”, o “quanto” e “por que” precisa desenvolver determinada competência, logo, aqui será definido “o como você vai desenvolver”.

5 Experimentação: é praticar, exercitar, demonstrar por meio de comportamentos a nova competência adquirida.

6 Prática: é o exercício consciente de modo a aperfeiçoar os comportamos corretos e melhorar os outros continuamente, se aperfeiçoando constantemente na competência, bem como incorporando outros comportamentos fruto de crenças fortalecedoras.

7 Aplicação: depois dá prática consciente e intensa, é necessário identificar e aproveitar as oportunidades para aplicar as competências desenvolvidas, extraindo dessa forma, certa vantagem pessoal e ou profissional.

A parábola a seguir, que é um reflexo de um experimento, reflete bem o nosso comportamento de “repetir padrões ou crenças” que impactam de forma negativa nos nossos resultados e nem nos damos conta:


Em um zoológico bem cuidado de uma pequena cidade havia animais comuns: raposas, saguis, tamanduás, hienas, guarás, araras, tamanduás, tucanos, pavões, curiós…Um lugar calmo e perfeito para a vida daqueles animais.

Bem no centro daquele paraíso havia uma jaula onde "moravam" cinco macacos. Ali eles podiam ter uma ampla visão do jardim e dos demais animais. A comida e a água eram suficientes e até tinham um cantinho macio onde podiam descansar. Sobrava espaço para as muitas brincadeiras. Enfim, um paraíso na Terra! Eles estavam sempre alegres, bem-dispostos, com ótimo humor.

Entretanto, bem no meio da jaula, pesquisadores colocaram uma escada e, em cima dela, um cacho de bananas. Para os macacos, aquela visão era bem atraente: frutas maduras, cheirosas e sedutoras. A todo instante paravam as brincadeiras para olhar para cima. Aquilo, sim, era uma tentação! Então eles salivavam subir pela escada para tirar uma única banana…Ah! Que tentação…Mas só pensavam…Logo, logo voltavam à rotina de brincadeiras.

Todas as vezes que um deles, furtivamente, começava a subir a escada, os observadores, do lado de fora, lançava jatos de água fria, propositadamente sobre os outros macacos. Então, o "traidor" era censurado pelo grupo, que gritava para ele não mais repetir aquilo. Afinal, qualquer um que ousasse subir decretava a punição dos demais: jatos de água eram jogados sobre os que estavam embaixo. Por isso, ninguém naquela jaula se arriscava a pegar uma única banana. Com o tempo, nenhum deles subia mais a escada, embora a tentação pelas bananas fosse muito grande. Aquele que fosse apanhado na tentativa terminava apanhando dos outros.

Depois de algum tempo, um dos macacos foi substituído por um novato. Assim que ele chegou, lançou-se escada acima. Resultado: levou um monte de cascudos dos demais e nunca mais tentou subir.

Passando algum tempo, substituíram outro veterano por outro novato, que também tentou subir a escada e apanhou dos demais, inclusive do que havia chegado um pouco antes dele.

Acabaram substituindo cinco veteranos por cinco novatos, e nenhum deles subia a escada. Depois de muita especulação, muito sutilmente, um dos novatos perguntou:

– Ei, amigos, por que não podemos subir pela escada e pegar as bananas?
Todos olharam surpresos para ele e responderam quase em uníssono:
Nós não sabemos, mas aqui sempre foi assim: se subir, apanha!



Referências

          MATTA, Villela da; VICTORIA, Flora. Personal & Professional Coaching: livro de metodologia. São Paulo: SBCoaching Editora, 2014.
          Mundo interpessoal <www.mundointerpessoal.com/2013/08/fabula-motivacional-os-macaquinhos-na-jaula.html> Acesso em: 17 de jan. 2016
     Experimento 5 macacos <https://www.youtube.com/watch?v=ZAQtwFpkksw> Acesso em: 17 de jan. 2016



segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O Pequeno Príncipe e as descobertas do menino!

O livro o Pequeno Príncipe foi um dos primeiros livros que li na adolescência. Os livros sobre Química, Física, Matemática e alguns outros não contam (risos!)! Acho que tinha uns 15 anos. Estava na biblioteca da escola pública do qual me formei e aquele ambiente dito como BIBLIOTECA me parecia um lugar místico. Era uma variedade de cores, títulos, temas e quantidade de páginas. Havia também uma variedade imensa de tipos e cores de letras impressas na capa dos livros e que nada se comparava com as minhas letras no meu caderno, inclusive, minha professora de Português insistia para eu usar um ‘caderno de caligrafia!’ “Minha letra era horrível!” (risos!)

Meus colegas entraram naquela biblioteca e eu entrei depois. Estava tímido, afinal, aquele universo não fazia parte da minha realidade. “Que universo estaria ali escondido naquele ambiente que guardava milhares de folhas?”

Finalmente entrei. No meu lado direto tinha uma prateleira com uns nomes de autores e títulos estranhos, como: Memórias Póstumas de Brás Cubas de um tal de Machado de Assis. Abri esse livro é estava escrito: “ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas”. Fiquei com medo e fechei rápido o livro! Só anos mais tarde tive a coragem de abrir de novo o livro (risos!)! Não era tão assustador quanto imaginava!

Passos depois, encontro um cara que se chamava Carlos Drummond de Andrade. Conhecia Carlos Henrique, Carlos Eduardo, Carlos Alberto mas Carlos Drummond nunca havia ouvido falar. Confesso que achei que o nome dele estava escrito errado, até então, havia aprendido que o “M” vem antes de “P” ou “B” e ele tinha 2 “Ms” no nome (risos!)! Na página do livro dele que abri continha:

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Ele podia até ter um “M” a mais no nome, mas suas frases tinham sonoridade, ritmo, estética, emoção. Minha professora me explicou então o que era poesia e poema: poesia é tudo aquilo que comove, que sensibiliza e desperta sentimentos. É qualquer forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela”.

Já estava quase acabando a aula e eu continuava explorando aquele “mundo novo”. Olho para o lado direito e vejo a fotografia de um cara que usava chapéu, óculos redondos e um bigodinho estiloso. Ele se chamava Fernando Pessoa. Abro um de seus livros em uma página qualquer e fico fascinando com o que estava escrito:

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

 O tempo da biblioteca acaba! “E quanto ao Pequeno Príncipe"? Você deve estar se perguntando! Descobri que ele está sempre por aí, escondido bem pertinho de você! Duvida? “Ouça a história e depois me diga se o encontrou! Caso não o encontre peça ajuda a uma criança!"



Referências

Poemas de Fernando Pessoa <http://www.revistabula.com/522-os-10-melhores-poemas-de-fernando-pessoa-2/>  Acesso em: 04 de jan. 2016

Poemas de Carlos Drummond de Andrade <http://www.revistabula.com/391-os-dez-melhores-poemas-de-carlos-drummond-de-andrade/>  Acesso em: 04 de jan. 2016

Significado: poesia  < http://www.significados.com.br/poesia/>  Acesso em: 04 de jan. 2016


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O hábito da crítica! De pai para filho!


Em 1921 foram descobertas duas meninas, Amala e Kamala, vivendo em um caverna da Índia entre lobos. Aparentavam, segundo os estudiosos que a encontraram, 4 e 8 anos respectivamente.  Amala e Kamala possuíam hábitos muito diferentes dos nossos: cheiravam a comida antes de tocá-la, dilacerava os alimentos com os dentes e quase não usava as mãos, se locomoviam apoiando sobre os pés e mãos, isto somado a impressionante sensibilidade auditiva e olfativa.

Outro caso relatado é o do menino Ramu, “o menino lobo”, do qual se tentaram socializá-lo em uma Instituição da Madre Teresa de Calcutá. Tanto em livros de Sociologia quanto em livros de Psicologia do Desenvolvimento há vários outros relatos , como o do Victor.

Assim sendo, o indivíduo fora da convivência e relacionamentos humanos não se tornam humanos! Estranho? Edgar Morin, Antropólogo, Filósofo e Sociólogo, ressalta que não somos humanos em função da nossa genética apenas, aprendemos a sermos humanos, ou seja, estamos em construção e a cultura e o conhecimento são fundamentais para essa construção.

De modo ainda a provocar o leitor a refletir sobre o tema (“não tão dramático quanto as histórias acima”), bem como à buscar  conhecimentos e hábitos mais produtivos e dessa forma, sermos pais e mães melhores (e mais humanos), segue um texto provocativo. “Só não vale se emocionar! (risos!)”

Escute, filho: enquanto falo isso, você está deitado, dormindo, uma mãozinha enfiada debaixo do seu rosto, os cachinhos louros molhados de suor grudados na fronte. Entrei sozinho e sorrateiramente no seu quarto. Há poucos minutos atrás, enquanto eu estava lendo meu jornal na biblioteca, fui assaltado por uma onda de remorso. E, sentindo-me culpado, vim para ficar ao lado de sua cama. 
Andei pensando em algumas coisas, filho: tenho sido intransigente com você. Na hora em que se trocava para ir à escola, ralhei com você por não enxugar direito o rosto com a toalha. Chamei-lhe a atenção por não ter limpado os sapatos. Gritei furioso com você por ter atirado alguns de seus pertences no chão.
Durante o café da manhã, também impliquei com algumas coisas. Você derramou o café fora da xícara. Não mastigou a comida. Pôs o cotovelo sobre a mesa. Passou manteiga demais no pão. E quando começou a brincar e eu estava saindo para pegar o trem, você se virou, abanou a mão e disse: “Chau, papai!” e, franzindo o cenho, em resposta lhe disse: “Endireite esses ombros!”
De tardezinha, tudo recomeçou. Voltei e quando cheguei perto de casa vi-o ajoelhado, jogando bolinha de gude. Suas meias estavam rasgadas. Humilhei-o diante de seus amiguinhos fazendo-o entrar na minha frente. As meias são caras – Se você as comprasse tomaria mais cuidado com elas! Imagine isso, filho, dito por um pai!
Mais tarde, quando eu lia na biblioteca, lembra-se de como me procurou, timidamente, uma espécie de mágoa impressa nos seus olhos? Quando afastei meu olhar do jornal, irritado com a interrupção, você parou à porta: “O que é que você quer?”, perguntei implacável.
Você não disse nada, mas saiu correndo num ímpeto na minha direção, passou seus braços em torno do meu pescoço e me beijou; seus braços foram se apertando com uma afeição pura que Deus fazia crescer em seu coração e que nenhuma indiferença conseguiria extirpar. A seguir retirou-se, subindo correndo os degraus da escada.
Bom, meu filho, não passou muito tempo e meus dedos se afrouxaram, o jornal escorregou por entre eles, e um medo terrível e nauseante tomou conta de mim. Que estava o hábito fazendo de mim? O hábito de ficar achando erros, de fazer reprimendas? Era dessa maneira que eu o vinha recompensando por ser uma criança. Não que não o amasse; o fato é que eu esperava demais da juventude. Eu o avaliava pelos padrões da minha própria vida.
E havia tanto de bom, de belo e de verdadeiro no seu caráter. Seu coraçãozinho era tão grande quanto o sol que subia por detrás das colinas. E isto eu percebi pelo seu gesto espontâneo de correr e de dar-me um beijo de boa noite. Nada mais me importa nesta noite, filho. Entrei na penumbra do seu quarto e ajoelhei-me ao lado de sua cama, envergonhado!
É uma expiação inútil; sei que, se você estivesse acordado, não compreenderia essas coisas. Mas amanhã eu serei um papai de verdade! Serei seu amigo, sofrerei quando você sofrer, rirei quando você rir. Morderei minha língua quando palavras impacientes quiserem sair pela minha boca. Eu irei dizer e repetir, como se fosse um ritual: “Ele é apenas um menino, um menininho!”
Receio que o tenha visto até aqui como um homem feito. Mas, olhando-o agora, filho, encolhido e amedrontado no seu ninho, certifico-me de que é um bebê. Ainda ontem esteve nos braços de sua mãe, a cabeça deitada no ombro dela. Exigi muito de você, exigi muito.

Içami Tiba, renomado educador e psiquiatra já dizia:

Um bom e merecido elogio eleva a alma, aumentando a auto-estima, enquanto uma severa crítica destrutiva congela a pessoa, minando a auto-estima


Nota: título original da carta acima: “O pai perdoa” de W. Livington Larned. Esta carta também está contida no livro de Dale Carnegie intitulado Como fazer amigos e influenciar pessoas (p. 59).

Referências

Dale Carnegie. Como fazer amigos e influenciar pessoas. 50 Ed. Trad: Fernando Tude de Souza. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002.
Pérsio Santos de Oliveira. Introdução à sociologia. 22 Ed. São Paulo: Ática, 1999.
Edgar Morin. <https://www.youtube.com/watch?v=3QToNL5UoVw> Acesso em: 01 de jan. 2016

Elogios e críticas: é importante que educadores saibam dosar. <http://educacao.uol.com.br/colunas/icami_tiba/ult6425u20.jhtm> Acesso em: 01 de jan. 2016


Papai em apuros: O pai perdoa. <http://www.papaiemapuros.com.br/dicas/o-pai-perdoa.html> Acesso em: 01 de jan. 2016

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Mente, comportamento e resultados: o que pediria para o gênio?


Certa vez li, não me lembro onde, “que a mente opera milagres”. Confesso que na época, eu lá com meus “16 poucos” anos, não dei muito valor à frase, embora a mente já me fascinasse de alguma forma, não só pela sua complexidade, mas também em função das suas potencialidades e mistérios.

Estudos sobre a mente têm tornado-se cada vez mais sofisticados.  Estudos da Psicologia Cognitiva, da Psicologia Social, da Psicologia Positiva, da Psicologia do Desenvolvimento, entre outras ciências correlatas, cada vez mais estão se popularizando e nos ajudando a compreender às dinâmicas do processo de memorização, percepção, filtros, linguagem, papel das emoções, dos pensamentos positivos, enfim, dos processos complexos da mente e seus reflexos nos nossos comportamentos, nas nossas motivações, nos nossos relacionamentos e, sobretudo, nos nossos diálogos internos e nas nossas percepções do que acreditamos ser realidade.

Virgílio Vasconcelos Vilela por meio de uma parábola nos fez refletir sobre o tema, que por sua vez vai ao encontro dos estudos de NapoleonHill, pelo menos na minha interpretação e história. O que acham? (risos!)

“Aladim caminhava por uma viela estreita e escura quando um cálido brilho no chão chamou sua atenção. Aproximando-se, viu que era uma lâmpada. Estava a olhá-la por vários ângulos quando viu sob a poeira algo que parecia ser algum escrito. Passou a mão no local e subitamente uma grande luz branca começou a surgir do bico da lâmpada. Aladim assustou-se e deixou cair a lâmpada, enquanto uma grande forma humana masculina ia se formando no espaço antes vazio. Ao invés de terminar em pés, suas pernas se afunilavam na direção do bico da lâmpada. A forma algo fantasmagórica flutuava envolta por uma aura oscilante.
Antes que Aladim pudesse sequer avaliar a situação, a forma disse com voz grave e firme:
- Sou o Gênio da Lâmpada, e você tem direito a um desejo.
Recobrando-se, Aladim compreendeu logo a situação e, sem questionar porque era um só desejo, já ia dizendo algo quando o Gênio continuou:
- Mas há três condições.
Três condições? Onde já se viu gênio ter condições para atender desejos? Aladim continuou ouvindo.
- Primeira condição: o que quer que você deseje, deve se realizar antes em sua mente.
Aladim já ia perguntar o que isto queria dizer, mas o Gênio não deixou:
- Segunda condição: o que quer que você deseje, deve desejar integralmente, sem conflitos. Desta vez Aladim esperou.
- Terceira condição: o que quer você deseje, deve ser capaz de continuar desejando para continuar a ter.
Aladim, ansioso por dizer logo o que queria, fez o primeiro desejo assim que pôde falar:
- Eu quero um milhão de dólares!
- Já se imaginou tendo um milhão de dólares?
Aladim agora entendera o que queria dizer a primeira condição. Na mesma hora vieram à sua mente imagens de si mesmo nadando em dinheiro, comprando muitas coisas, Mas ao se imaginar, questionou-se se teria que compartilhar parte do dinheiro com pobres ou outras pessoas. Aí entendeu a segunda condição, e percebeu que seu desejo não poderia ser atendido.
Aladim então buscou então algum desejo que poderia ter sem conflitos. Pensou, pensou, buscou e por fim disse ao Gênio:
- Senhor Gênio, eu quero uma companheira bela, sábia e carinhosa. Aladim tinha se imaginado com uma mulher assim e sentiu que aquilo ele queria de verdade, sem qualquer conflito.
O Gênio fez um gesto e de sua mão saiu um feixe de luz esverdeada na direção do coração de Aladim. Este teve uma alucinação, como um sonho, de estar vivendo com uma mulher bela, sábia e carinhosa por vários anos. E viu-se então enjoado, não a queria mais depois de tanto tempo. Voltando à realidade, Aladim lembrou-se das cenas e viu que aquele desejo também não poderia ser atendido. Entristeceu-se, pensando que jamais poderia querer e continuar querendo algo sem conflitos.
Algo aparentemente aconteceu. O rosto de Aladim iluminou-se, e ele se empertigou todo para dizer ao Gênio que já sabia o que queria.
- Sim? O Gênio foi lacônico. Aladim completou, em um só fôlego: 
- Eu desejo que você me dê a capacidade de realizar os desejos que eu imaginar em minha mente sem conflitos!
Algo inesperado aconteceu: o Gênio foi se soltando da lâmpada, formaram-se duas pernas completas no seu corpo e ele desceu devagar até finalmente apoiar-se no chão, em frente a Aladim, que o olhava com um ar interrogador.
- Obrigado, disse o Gênio, sorridente. Estava escrito que eu seria libertado quando alguém pedisse algo que já tivesse!”

Napoleon Hill é autor do livro: Quem pensa enriquece. A obra fala sobre sonhos, desejos e atitudes, indo além de ganhos financeiros puramente. Diferente das propostas milagrosas de alguns autores, Hill propõe alguns princípios dos quais destaco 5:

1 Desejo: implica querer ardentemente um objetivo, objetivo este específico, com prazo e plano definido para conquistá-lo. É ter determinação e propósito claro.
2 : para ele, fé é um estado de espírito que pode ser induzido ou criado pela afirmação ou repetição de instruções ao subconsciente, empregando-se o princípio da auto-sugestão. Você é aquilo que acredita ser, isto reflete nos seus relacionamentos, resultados e desejos.
3 Conhecimento: conhecimento só faz sentido quando voltado para algo definido, quando conseguimos organizar tais informações a aplicar de forma efetiva. Conhecimento não envolve apenas os “conhecimentos técnicos”, mas também o conhecimento de si mesmo: desenvolver de dentro para fora, ser para depois fazer e ter.
4 Planejamento organizado e persistência: a realização dos seus sonhos e objetivos dependem da qualidade dos seus planos e dos aprendizados ao longo do percurso. Ninguém está derrotado até que desista – em sua mente.
5 O cérebro: para Hill, seus pensamentos, sejam eles bons ou ruins, atrai seu equivalente físico. Suas crenças, filtros e mapas mentais impactam em como você vê e define a realidade.

O que os ramos da Psicologia e Napoleon Hill têm haver com o Coaching? Utilizo a celebre frase atribuída a Albert Einstein para responder:

 “Insanidade é continuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes.” Isto implica mudar a forma de pensar, o que o coaching tem chamado de mindset (ou modelo mental).

Pensamentos geram sentimentos. Sentimentos geram comportamentos. Comportamentos por sua vez geram hábitos e resultados.

Nota: em outro post falo sobre o livro Quem pensa enriquece de Napoleon Hill.

Referências

Napoleon Hill. Quem pensa enriquece. Editora Fundamento. 2009.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Amor como ponte para o perdão


Certa vez, em um dos cursos de coahing do qual participei, presenciei o relato de uma das alunas sobre a relação dela com o pai. Foi um relato emocionante sobre a sensação dela de se sentir distante do pai, bem como a distância emocional, física e psicológica entre o dois. Havia ali muita dor, sofrimento e tristeza “por ela não ter a atenção, o carinho, o diálogo e o conforto emocional do pai”. Na minha frente e da turma toda, havia uma mulher bem sucedida que naquele momento só queria se reaproximar do pai, perdoar e se perdoada, amar e ser amada para se sentir plena na sua jornada pela felicidade. Ela ali, na frente de todos, estava buscando alternativas e ações por meio do coaching para dar o primeiro passo.

Eu fiquei refletindo, confesso, sobre meus próprios relacionamentos (os mais significativos) e me perguntando quais “passos deveria dar para amenizar alguns conflitos, quem eu deveria perdoar para me reaproximar efetivamente, com quem eu talvez fui duro nas palavras e se distanciou de mim sem eu perceber, quem talvez tivesse buscando meu perdão”, enfim, fazer o exercício do perdão para com outro e sobretudo, comigo mesmo. Aceitaria fazer esse exercício também meu caro leitor?

As palavras da minha amiga me fizeram lembrar da parábola intitulada: Construa Pontes e não barreiras

Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. Mas agora tudo havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.
Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.
- Estou procurando trabalho, disse ele. Talvez você tenha algum serviço para mim.
- Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta.
- Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos.
O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade.
O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro.
Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho.
Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:
- Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei.
Mas as surpresas não pararam ai. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio.
O irmão mais novo então falou:
- Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse.
De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte. O carpinteiro que fez o trabalho, partiu com sua caixa de ferramentas.
- Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você.
E o carpinteiro respondeu:
- Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir...

A história da minha amiga não é um caso isolado. Conheço pais que estão há anos sem conversar com um dos filhos. Há também filhos e pais convivendo juntos, mas que não se falam e nem lembram mais há quanto tempo isso ocorre. Há irmãos que estão brigados a tanto tempo que nem se lembram mais dos reais motivos da discórdia. Há também aquele casal que jurou amor eterno e que hoje brigam constantemente envolvendo, inclusive, a saúde emocional e psicológica do único filho pequeno. Os exemplos são inúmeros. Você conhece algum caso desses?

Amor, levando em consideração alguns dos possíveis conceitos, significa “sentimento que predispõe a desejar o bem de alguém; sentimento de afeto”. Na mitologia, fazendo menção aos estudos da psicóloga Ana Lúcia Nogueira Braz, amor está associado à vida, a união, a ordenação, ao equilíbrio dos opostos, a intermediação, a força de ligação e de coesão.

Perdão por sua vez, vem do Latim perdonare, de per (= total, completo), mais donare (=dar, entregar, doar). Ou ainda segundo o dicionário, perdão significa “remissão de pena, ofensa ou dívida; desculpa; absolvição”.

Na PsicologiaPositiva, no Coaching, na Religião, na Educação, na Medicina Integral e Holística, entre alguns outros campos do saber, é comum estudos sobre a relação do “perdão, da afeição, da prática do amor (sentido amplo) dedicada ao outro e a si mesmo como aspectos fundamentais da felicidade, da saúde e da longevidade”.

Às vezes desistimos de quem amamos e que nos faz bem, ou até mesmo perdemos muito tempo cultivando as magoas, o ressentimento e mal entendidos, sem perceber, inclusive, que estamos fazendo mal a nós mesmo. Sei que não é fácil, mas alguém tem que desarmar e com coragem dar o primeiro passo, seja por meio de uma ligação, seja por meio de uma visita, de um ato em silêncio, de uma carta ou até mesmo um email. Deixemos o passado no passado e recomecemos...!


Referências

http://pensador.uol.com.br/autor/padre_fabio_de_melo/4/