sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A arte e ciência de se relacionar

Aristóteles já citava: o homem é por natureza um animal social”. Viver em meio às pessoas, em grupos, interagindo, é uma exigência da natureza humana. Necessitamos dos nossos semelhantes para sobreviver e viver. Em outras palavras, é dessa forma que nos realizarmos como pessoa e evoluímos culturalmente.

Por meio dessas interações que assimilamos hábitos, crenças, costumes, normas, regras, valores, enfim, aprendemos e nos desenvolvemos psicologicamente, intelectualmente, emocionalmente, socialmente e fisicamente. Essas interações e assimilações se dão por meio da comunicação e da linguagem.

Para a Sociologia, há 2 grandes grupos de contatos (interações sociais) sociais: o primário e o secundário.

Primário: contatos pessoais diretos, face a face, que têm um valor emocional expressivo, uma vez que há troca de experiências individuais, inclusive como primeiras experiências sociais. Ex: contatos que ocorrem na família, escolas, etc.
Secundário: contatos impessoais, formais, comedidos, calculados, sendo por tanto, um meio para atingir um objetivo. Ex: clientes, vendedores, também contato por cartas, telefone, email, entre outros.

A qualidade dessas interações, em especial dos contatos primários, são fundamentais para o desenvolvimento da personalidade e da saúde psicológica, emocional e física dos indivíduos. Habilidades de comunicação, tanto intrapessoal (comunicação com você mesmo) quanto interpessoal (comunicação com o outro) refletem significativamente em todos esses contextos dos indivíduos em seus relacionamentos diversos.

No que tange aos relacionamentos diretos, face a face e temática deste artigo, o pesquisador, escritor e orador Dale Carnegie, em 1936, portanto depois da crise de 29 (“seria uma coincidência depois da crise os indivíduos se voltarem mais para as pessoas?”), foi um pioneiro em publicações sobre comunicação e influência. Um de seus livros, o Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas faz sucesso até hoje e já está acima da 50ª edição.


Dale Carnegie publicou conceitos e diretrizes extremamente relevantes para manter a qualidade dos nossos relacionamentos diretos. Tais publicações são fruto de anos de pesquisas teóricas e práticas (trechos na íntegra):

 - Não critique, não condene, não se queixe: “tenha em mente que a pessoa a quem vai criticar e condenar, provavelmente se justificará e, por seu turno, nos condenará, então, mude a estratégia, procure compreendê-la. O ser humano também é uma criatura emotiva”.

 - Aprecie honesta e sinceramente: “o mais profundo princípio da natureza humana é a ânsia de ser apreciado. A história está cheia de exemplos divertidos de pessoas famosas lutando para se sentirem importantes”. (A internet que o diga! Risos!)

 - Desperte um veemente desejo na outra pessoa: “você quer persuadir alguém a fazer alguma coisa? Antes de abordar o assunto, faça a si mesmo a pergunta: como poderei fazer com que ele queira isso? Se há algum segredo se sucesso, ele consiste na habilidade de aprender o ponto de vista da outra pessoa e ver as coisas tão bem pelo ângulo dela como pelo seu”.

- Torne-se verdadeiramente interessado na outra pessoa: “é o indivíduo que não está interessado no seu semelhante quem tem as maiores dificuldades na vida e causa os maiores males aos outros. É entre tais indivíduos que se verificam todos os fracassos humanos. Se quisermos conseguir amigos, coloquemo-nos à disposição de outras pessoas para fazer por elas certas coisas, coisas que requeiram tempo, energia, desprendimento e meditação” Haverá a reciprocidade.

- Sorria: para determinado psicólogo, “as pessoas que sorriem tendem a dirigir, ensinar e vender com mais eficiência, além de criar filhos mais felizes. Falo é sobre um sorriso verdadeiro, um sorriso que traz calor do coração, um sorriso que vem de dentro. Um sorriso sincero diz: gosto de você. Você me faz feliz. Estou satisfeito por vê-lo”.

- Lembre-se de que o nome de uma pessoa é, para ela, o som mais doce e mais importante que existe em qualquer idioma: “os homens são tão orgulhosos de seus nomes, que andam ansiosos para perpetuá-los a qualquer custo”.

- Seja um bom ouvinte. Incite os outros a falar sobre eles mesmos: “ouvir é um fator importante em casa como no trabalho. Assim, se quiser ser um bom conversador, seja um ouvinte atento. Para ser interessante, seja interessado. Faça perguntas a que outro sinta prazer em responder. Incete-o a falar sobre si mesmo e sobre seus assuntos prediletos”.

- Fale de coisas que interessem à outra pessoa: “Roosevelt, por exemplo, “todas as vezes que esperava um visitante, passava acordado até tarde, na véspera, lendo sobre o assunto que sabia interessar particularmente ao seu hóspede”. Nos negócios e nas relações pessoas, conhecer o outro e assuntos que interessam ao outro, é muito eficaz. Semelhante atrai semelhante, veja os grupos dos quais participa.

- Faça a outra pessoa sentir-se importante, e faça-o com sinceridade: “se pergunte: o que há sobre ele (pessoa) que eu possa admirar sinceramente?O mais profundo princípio na natureza humana é o desejo de ser apreciado. Você deseja a aprovação de todos aqueles com quem está em contato. Quer reconhecimento do seu real valor. Quer se sentir importante. Não quer ouvir bajulações insinceras e baratas, mas deseja uma sincera apreciação. Todos nos queremos isso”.

“Seus relacionamentos não estão do jeito que gostaria? O que acha de experimentar os princípios de Dale Carnegie? Vamos! Experimente! Se me encontrar por aí e me elogiar sinceramente pode ter certeza que o riso virá fácil! Ops! Viu! (Risos)!”


Referências

Dale Carnegie. Como fazer amigos e influenciar pessoas. 50 Ed. Trad: Fernando Tude de Souza. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002.

Pérsio Santos de Oliveira. Introdução à sociologia. 22 Ed. São Paulo: Ática, 1999.

Audiobook.Como fazer amigos e influenciar pessoas <https://www.youtube.com/watch?v=Vep_8Ey5svw>  Acesso em: 01 de jan. 2016


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